Venda da Oi: saiba tudo sobre o futuro dos serviços da operadora
Muitas pessoas, principalmente clientes da operadora, estão sabendo sobre o processo de venda da Oi. Essa história já se estende há alguns meses e está sofrendo diversos entraves burocráticos que adiam cada vez mais o leilão para compra de partes de partes de seus serviços voltados à telefonia móvel.
A Oi é uma operadora que surgiu no mercado de telecomunicações que surgiu no ano de 2002 e ocupa a quarta posição entre as maiores operadoras do Brasil e a terceira posição entre os maiores conglomerados de serviços de telecomunicações na América do Sul.
A dúvida que surge diante desses fatos é de como uma empresa desse porte, com milhares de clientes, está passando por um processo de venda de um dos setores mais importantes dos seus serviços. Outra dúvida que pode surgir na cabeça de muitos dos clientes da operadora é de como o processo de venda da Oi vai afetar os planos e serviços que já são utilizados por eles, ainda mais para aqueles clientes que não desejam alterar os planos e valores que já estão contratados.
Pensando nisso, preparamos esse artigo exclusivo com todas as informações do passado, presente e as possibilidades futuras relacionadas ao processo de venda da Oi e como ficarão os seus atuais clientes.
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História da Oi móvel e o surgimento de problemas
Como dito, a Oi móvel concentra o quarto maior número de clientes de telefonia móvel no Brasil. Mas como a operadora chegou no estado de dívidas bilionárias e a necessidade de venda dos seus serviços para pagá-las?
Uma das principais respostas que podem ser encontradas é devido a qualidade do serviço e de sinal que a operadora estava entregando aos seus clientes. Com a expansão das normas reguladoras da ANATEL, a Oi teve dificuldades de se adequar aos critérios de qualidade exigidos pelo órgão.
ANATEL e satisfação dos clientes
Um exemplo desse cenário são os resultados das pesquisas de qualidade e satisfação realizadas anualmente pela ANATEL. Desde 2019 a operadora registra nessas pesquisas um número de satisfação muito inferior às outras grandes operadoras do Brasil.
Nessas pesquisas, inclusive, a Oi estava com índices de satisfação dos consumidores inferiores ao de empresas menores e regionais. Com a insatisfação dos clientes, a operadora passou a sofrer com vários processos instaurados por parte dos consumidores junto à ANATEL.
Outro ponto importante nessa história é que nos anos anteriores, a operadora fez investimento massivo na internacionalização de seus serviços, o que pode ter gerado custos elevados.
Com esse dinheiro investido em outros países, a operadora não conseguiu arcar com a melhoria de seus serviços no Brasil e, consequentemente, com o pagamento dos processos instaurados devido ao não cumprimento das normas da ANATEL.
Em 2016, a operadora já possuía uma dívida de 65 bilhões de reais. O plano de venda da Oi Móvel surgiu então como uma estratégia de recuperação judicial, que é um processo legal permitido para que empresas não necessitem declarar falência.
Fica claro então, que a Oi já mudou o foco de seus investimentos e vendas para outros setores que não são mais de telefonia móvel, indicando que a venda de seus serviços é realmente o único caminho para que a empresa permaneça ativa no mercado de telecomunicações.
Como está o processo de venda da Oi?
O processo de venda da Oi, atualmente, está barrado por sofrer com problemas burocráticos gerados pela disputa do conglomerado das grandes operadoras (TIM, Claro e Vivo) e de empresas menores como a Algar.
É fato de que os serviços da Oi Móvel já foram vendidos para esse conglomerado das grandes operadoras no ano de 2020, pelo valor de 16,5 bilhões de reais. Com isso, os clientes que possuem contratos de telefonia móvel da Oi seriam divididos igualitariamente entre essas três operadoras.
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O problema é que as operadoras de telefonia móvel de menor expressão alegaram que a compra apenas pelas três grandes operadoras atrapalha a livre concorrência do mercado de telecomunicações, pois elas teriam acesso a uma grande parcela de consumidores que poderiam também ser divididos com as menores.
Com isso, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômico), declarou no dia 26 de julho de 2021 que o processo de venda dos serviços da Oi Móvel é “complexo”. Com isso, o órgão ganha um prazo de 240 dias a partir da data do protocolo inicial instaurado para analisar todo o processo de venda e as alegações feitas por parte de todas as operadoras que têm interesse na compra dos serviços da Oi Móvel, ou seja, a análise terminaria no final de outubro de 2021.
Ainda é possível que o órgão solicite uma extensão do prazo por mais 90 dias, o que acarretaria na decisão final do processo em janeiro de 2022. Ou seja, ainda é possível que se passem alguns meses até que a decisão judicial sobre a venda da Oi seja tomada.
Análise do CADE
A análise do CADE vai levar em consideração se a venda dos serviços da Oi móvel para o conglomerado de grandes operadoras acarretaria em uma concentração do segmento de telefonia móvel no nosso país.
Para fazer essa análise, é necessário averiguar se as 3 grandes operadoras teriam um nível de concentração muito elevado em 54 códigos DDDs (códigos de área) dos 67 existentes no Brasil.
Outros pontos analisados é sobre a dificuldade de entrada de novos concorrentes no mercado de telefonia móvel caso a venda seja efetuada e como ela afeta as operadoras virtuais (MVNOs).
Por último, também precisa ser analisada a concentração de serviços de empresas de infraestrutura passiva, que permitem o uso de antenas e outros recursos necessários para que a rede de telefonia móvel esteja ativa.
Uma situação que pode afetar a decisão é a recente aquisição da Nextel por parte da Claro, que já fez a justiça tomar decisões delicadas, indicando que essa compra poderia gerar uma concentração de ativos que iria contra as normas reguladoras nacionais.
O que vai acontecer com os clientes da Oi móvel?
Uma das grandes questões, principalmente dos clientes de telefonia móvel da operadora, é de como ficará a situação dos consumidores que possuem contrato ativo depois da efetivação da venda da Oi.
O que sabemos até o momento é que as grandes operadoras anunciaram uma divisão que vai de encontro com as normas da ANATEL em relação ao máximo de porcentagem de faixa de sinais que uma operadora pode ter no Brasil.
Com isso, a TIM seria a maior beneficiada e ficaria com cerca de 40% dos clientes, enquanto a Vivo ficaria com 28% e, consequentemente, a Claro com 32%. Mas é preciso ter uma análise mais minuciosa sobre os números exatos, pois é preciso equilibrar a porcentagem de clientes em cada código de área para que não haja uma concentração acima do permitido.
Portanto, é incerto o que vai acontecer com cada cliente, pois há a possibilidade de outras empresas entrarem na disputa caso não seja possível a venda para as grandes operadoras. Então, pequenas operadoras poderiam adquirir todos os clientes, aumentando suas possibilidades de disputas comerciais com as grandes operadoras.
Outro cenário que pode acontecer é de empresas como a Highline, que já divulgou interesse na compra, que prestam serviços de infraestrutura de telecomunicações, comprar os serviços da Oi Móvel e então alugar esses equipamentos já instalados para alguma operadora, como a própria Oi, o que manteria os serviços já contratados.
O que podemos esperar para o futuro da Oi?
Em relação a operadora, é possível esperar que após a consolidação de venda da Oi Móvel, ela continue investindo em outros setores de telecomunicações, como vem fazendo em relação a internet banda larga de alta velocidade por fibra óptica.
É possível também, que a operadora entre na disputa pela faixa de frequência de uso da internet 5G para utilização de vendas de planos de banda larga residencial sem a necessidade de cabos.
Outra especulação que está ativa no mercado de telecomunicações é de que a Oi teria interesse em vender seus serviços de TV por assinatura, uma vez que ajudaria no pagamento das dívidas e resolveria um problema da empresa em um mercado que está cada vez mais perdendo consumidores para os serviços de streaming.
